domingo, 20 de dezembro de 2009

Momento de Poesia V


Compro, vendo e troco
espaço, espelho
mascote, estrada
meta, atalhos
isca, abrigo
chance, aliança
tempero, colinho
e cumplicidade na embalagem (zerinho)
ainda oferta especial de lançamento com garantia.

POEMAS DE DÉBORA DUARTE

Foto: Débora em Paris, na época em que protagonizou o filme "Céleste", em 1970.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Adorável Desgraçada: Em Cartaz!


Com texto de Leilah Assumpção e direção de Otávio Muller, Débora Duarte está brilhando, perante o público e a crítica, na cena teatral carioca, com sua impressionante Guta, personagem do monólogo "Adorável Desgraçada" (Prêmio Melhor Autor APCA 1994), em cartaz no teatro do Centro Cultural Solar de Botafogo, Rio de Janeiro, numa primeira temporada até 20 de dezembro de 2009, retornando, depois, de 8 de janeiro a 7 de fevereiro de 2010.
Trata-se do primeiro monólogo da carreira de mais de 50 anos da veteraníssima Débora Duarte!



Guta é uma mulher que vive uma tremenda solidão, dentro das paredes mudas e surdas do seu apartamento, mas, acima de tudo, dentro das redes e amarras de si mesma, atormentada por um conflito interior profundo e obscuro, onde o seu ego, numa tortuosa viagem ao passado, procura desesperadamente (é essa a palavra!) justificar, perante si mesmo e perante o alter-ego personificado por Maribel, a amiga de infância, o porquê de não ter vivido o que não viveu, de não ter sido o que não foi...

Guta e Maribel, na verdade, simbolizam a contradição essencial e dolorida da condição humana, a eterna oscilação entre o medo e a ousadia, entre a dúvida e a confiança, entre a prisão e a liberdade, o ódio e o amor. Entre elas, pois, o pequeno passo que liga um lado ao outro da mesma alma... e a distância abissal entre quem deu o passo e quem não deu.

Débora intepreta magistralmente uma Guta em sangue, levada aos extremos da comédia e da tragédia, em espera de uma Maribel enorme e sempre presente. O final, em que Maribel, depois de sete anos, chega para visitar Guta, culmina o simbolismo da peça, com uma força que só uma atriz do tamanho e gênio de Débora Duarte poderia carregar e doar.



Um belíssimo e emocionante espetáculo, onde tudo, para além da espantosa interpretação da atriz, se revela irretocável. A direção de arte (cenário e figurino) coube a Bia Lessa e o projeto de luz é de Lauro Escorel.


Imperdível!




Débora Duarte, no final da apresentação especial do dia 9 de novembro de 2009, agradecendo os aplausos efusivos de uma platéia plena de risos, lágrimas e estremecimentos!




Débora Duarte e Otávio Muller, que assina a direção da peça.




No camarim, após a apresentação especial do dia 9 de novembro de 2009: Carolina Floare, Débora Duarte, Daniela Gracindo (filha de Débora) e Márcia Cerqueira.