sábado, 20 de junho de 2009

Bandeirantes: um novo desafio

Em 1979, Débora Duarte é convidada a estrelar a nova novela da Rede Bandeirantes, que, depois de um interregno de nove anos no que respeita à produção de teledramaturgia, voltava em força, aproveitando também um certo declínio que se fazia sentir na Rede Tupi.

O último trabalho de Débora na TV havia sido como Carola, em "O Profeta", de Ivani Ribeiro, precisamente da Rede Tupi, entre Outubro de 1977 e Abril de 1978. Embora tenha chegado a gravar dez capítulos da novela "O Direito de Nascer", de Teixeira Filho e Carmen Lídia, que viria a estrear a 31 de Julho de 1978, e onde daria vida à personagem Isabel Cristina, Débora não prosseguiu com mais esse trabalho na Rede Tupi e mudou-se para a Rede Bandeirantes, onde, para além de estrelar uma novela, ainda apresentou, juntamente com Antônio Marcos, seu marido na época, o programa semanal "Rosa e Azul".

Investindo forte na concorrência à Rede Globo, que, na época, e após o enfraquecimento da Rede Tupi (que, aliás, produziria a sua última novela no ano seguinte, em 1980), já se encontrava isolada na liderança da audiência, a Rede Bandeirantes convidou um elenco de estrelas, provenientes da Tupi e da Globo, para "Cara a Cara", novela de Vicente Sesso, que contaria com a direção de Jardel Mello e Arlindo Pereira Silva.

A novela estreou no dia 16 de Abril de 1979 e teve o seu último capítulo a ir ao no dia 30 de Dezembro desse mesmo ano. Tendo começado por ser exibida no horário das 20 horas, no segundo mês de exibição, por questões ligadas à concorrência, passou para as 19 horas.

O seu sucesso foi tal que veio a ser reprisada por três vezes, em 1980/1981, 1983 e 1990.


Débora Duarte foi uma das estrelas consagradas convidadas pela Bandeirantes para a sua nova novela, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro, Nathália Timberg, Irene Ravache, Luiz Gustavo, David Cardoso, Rolando Boldrin, Fúlvio Stefanini, Márcia de Windsor, Wanda Kosmo, Roberto Pirillo, Carmem Silva, entre outros.
Interessante notar que a novela contou ainda com a participação de Antônio Marcos e do seu irmão, o também compositor e cantor Mário Marcos, que deram vida, respectivamente, a Nando e Tico.



Débora Duarte interpretou Regina, a "mocinha" heroína da história, que se vê obrigada a casar com o fazendeiro caipira Antônio, ou Tonho, interpretado por David Cardoso (na foto), para salvar o património da sua família, antes rica e agora decadente.



Regina e Tonho, personagens de Débora Duarte e David Cardoso em "Cara a Cara".



A história de uma grande novela:



Mas em "Cara a Cara", Débora Duarte não foi
apenas uma das protagonistas da trama...

Débora gravou um dos temas da trilha sonora da novela, "Uma Festa Pra Mim" (escute aqui), mostrando o seu talento também para cantar!



A capa do disco da trilha sonora de "Cara a Cara", ilustrada com fotos de Antônio Marcos, Débora Duarte e Maria Martha, os intérpretes dos temas musicais.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Momento de Poesia IV

Eu vos convoco, monstros adormecidos,
E também os congelados,
Duendes, mudos e mutilados,
Esqueletos dos túmulos não selados,
Pro meu circo, pro meu grito
Pros meus fados


POEMAS DE DÉBORA DUARTE

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pontal da Solidão: "um filme estranho e bonito"

"Pontal da Solidão", produzido, no Brasil, em 1974, foi o segundo trabalho de Débora Duarte no cinema, depois da sua estréia cinematográfica em França, quatro anos antes, como protagonista do filme "Céleste".

Com roteiro de Alberto Ruschel e Lima Barreto e direção de Alberto Ruschel, o filme de 88 minutos tem no seu elenco, além de Débora Duarte e do próprio Alberto Ruschel, ainda: Ricardo Hoepper, Beto Ruschel e Ondina Moura.



Tal como "Céleste", "Pontal da Solidão" é um filme extremamente raro, valendo, por isso, o testemunho deixado por este artigo que aqui se reproduz e que foi originalmente publicado em 1979, n' O Estado de São Paulo:

«Um dos filmes mais esperados da moderna produção nacional. Estreando como diretor-autor, Alberto Ruschel situa-se num plano diverso de quase todos os seus colegas atores (Dionísio Azevedo, Jece Valadão, Aurélio Teixeira, Egidio Eccio, David Cardoso, John Herbert, Sergio Hingst) que também passaram à realização, obtendo uma obra certamente alheia a certos cânones, mas sem nunca desdenhar o insólito, o inédito, o poético, o extremamente pessoal, o absolutamente seu. A ação, praticamente um duo. Um velho marujo que vive num lugar isolado. A menina (Débora Duarte) que foge de uma provação pensando em suicídio e coloca-se sob sua proteção. E a volta dos criminosos, que ainda pensam em se vingar de sua vítima. Um filme estranho e bonito, “rodado” em maravilhosos locais do Rio Grande do Sul e que precisa ser devidamente apreciado.»

O Estado de S. Paulo, 14.10.1979